MEC: quase um Tiririca.



Como se já não bastassem as consecutivas vergonhas do Enem, o MEC vem com mais uma piada para a vida do estudante brasileiro.
Ele agora resolveu adotar livros que dizem ser corretos certos erros como "Os menino", por exemplo.
De acordo com a matéria do site do Jornal O Globo, os autores do livro afirmam que "deve ser alterado o conceito de se falar certo ou errado para o que é adequado ou inadequado. Exemplo: "Posso falar 'os livro'?' Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico" - diz um dos trechos da obra "Por uma vida melhor", da coleção "Viver, aprender".
Preconceito linguístico? Preconceito? Linguístico?

É perfeitamente aceitável que uma pessoa que não tenha estudado na vida fale dessa maneira, pessoas que precisaram sair da escola para trabalhar, pessoas que não tiveram uma educação de base, como tantos e tantos brasileiros batalhadores e sofridos. Agora, ensinar isso nas escolas como se fosse correto e ainda acusar quem critica de preconceito linguistico é de uma falta de bom senso fora do normal.

É extremamente cômodo para o MEC estimular as crianças a falarem dessa maneira, ao invés de investir em uma educação de qualidade, coisa que não tem sido feita no Brasil há tempos. Afinal, é mais fácil dizer que é certo aquilo que está errado do que corrigir o erro.

Acho tudo isso de um desrespeito enorme ao estudante brasileiro.

Ainda na matéria do site pode-se ler o seguinte trecho:

"Outras frases citadas e consideradas válidas são "nós pega o peixe" e "os menino pega o peixe". Uma das autoras do livro, Heloisa Ramos afirmou, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, que não se aprende a língua portuguesa decorando regras ou procurando palavras corretas em dicionários.
- O ensino que a gente defende é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça - disse Heloisa Ramos."

Desculpa senhora Heloisa Ramos, mas o ensino que a senhora defende não é um ensino plural e sim com a falta de plural. Concordo que no Brasil não se aprenda a lingua portuguesa com regras e dicionário, o que considero uma pena. Pois existem tantas palavras incrivéis no dicionário, mas que são desconhecidas pela grande maioria. Lingua portuguesa deve ser aprendida com literatura, enriquecendo a cultura e o vocabulário de um povo que merece isso. Um povo que merece arte, merece educação, merece respeito.

De acordo com o site ainda, o Ministério da Educação se pronunciou da seguinte maneira:

"Em nota encaminhada ao "Jornal Nacional", o Ministério da Educação informou que a norma culta da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas que o livro estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade. O propósito também, segundo o MEC, é discutir o mito de que há apenas uma forma de se falar corretamente. Ainda segundo o ministério, a escrita deve ser o espelho da fala."

Ministério da Educação, é brincadeira né? Usar a lingua com flexibilidade? Desde quando "os menino pega o peixe" é usar a lingua com flexibilidade? Isso é usar a lingua de forma errada!
Flexibilidade são as variações linguisticas que ocorrem de uma região para outra e que deixam a lingua portuguesa ainda mais linda e rica. Isso sim é aceitável. Essa flexibilidade defendida pelo MEC, para mim, não passa de um erro grosseiro.

Isso tudo é mais do que uma questão de concordância, é uma questão de bom senso e respeito ao estudante! Questões essas que o MEC parece não levar muito em conta.



Para quem quiser ler a matéria do site do jornal O Globo: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/14/mec-distribui-livro-que-aceita-erros-de-portugues-924464625.asp



Atualizando!
E acabo de ver no site do jornal O Globo que o Ministério da Educação vai "lavar as mãos" nesse caso e não vai interferir no assunto.
Quer dizer então que fiscalizar o que consta nos livros didáticos enviados as escolas não é uma função do Ministro da EDUCAÇÃO?
Não me espanta. Se o Haddad não fiscaliza de forma correta nem mesmo um exame da importância do Enem, que dirá fiscalizar livros da educação básica, não é mesmo?
Mais uma para a conta do Ministro mais piadista de todos! Ou não né... Já que não é função dele... vai saber....

Aos interessados, a matéria completa: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/15/mec-lava-as-maos-no-caso-dos-livros-com-erros-924468819.asp




1 comentários:

  1. Olá!!!
    Muito oportuno o assunto!

    Começo por aqui:
    "- O ensino que a gente defende é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça - disse Heloisa Ramos."

    Bem, se esse é um ensino "plural" eu já estou rezando para não ver o ensino "singular"!

    Já que o MEC não vai fazer nada podia ter entrado na onda do ensino "plural" e dito que ia "lavar as mão" e começar a dar o exemplo do tipo de "escrita" quer pro nosso país.

    Desse jeito dentro de muito em breve as pessoas escreveram da forma como escrevem na internet em vestibulares e tudo estará lindo, porque estamos usando a língua de forma "flexível".

    E assim, de tanto as pessoas escreverem de forma ridícula, com o tempo esquecerão a forma realmente certa e não vai fazer diferença como você escreva, porque ninguém saberá ao certo como é o certo (a repetição foi proposital).

    Talvez eles queiram adaptar o português para mais deputados como o Tiririca, assim a bancada fica mais "flexível". Quem sabe eles não roubam menos?

    Excelente post Jéssica!!!Volto para acompanhar o
    desenrolar da discussão!!!

    Beijo!!!!!!

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