Mulheres com dois S's....




...Sassaricando pelo facebook me deparei com uma brincadeira na qual cada letra do seu nome tem um significado. Exemplo A: Você é carinhoso B: Você gosta de pessoas C: Você é mesmo bobo(a) e por aí vai. Fiz a brincadeira mentalmente, pensando nas letras do meu nome e aí me deparei com o significado da letra “s” e qual era ele? S: Totalmente louca.
E pronto! Meu nome tem dois s. Não sou somente totalmente louca, sou totalmente louca ao quadrado! E não me surpreendo ou me envergonho. Eu amo ser louca. Ser louca significa que não sou conformada, significa que acredito na vida apesar de tudo, significa que luto pelos meus sonhos, significa que não tenho medo de dizer o que penso, significa que vivo a vida do meu jeito ainda que muitos me digam que não é o jeito certo, ainda que meu jeito de viver não seja o da moda, aliás, adoro esse meu jeito de viver. Meio torto, meio desajustado, meio insano, meio meu. Muito meu! Meu jeito D E - Q U E - P L A N E T A - V E I O - E S S A - M E N I N A de ser. 

Cresci ouvindo que eu era certinha, que eu era muito ajuizada, que eu era a perfeitinha da família. E ria. Ria porque não existia uma falácia maior que essa, aliás, ainda não existe. Estou longe de ser certinha, juízo eu tenho, mas as vezes preciso esquecê-lo, e ser a perfeitinha da família? Por favor, não me dêem esse rótulo jamais. Aliás, não me dêem rótulo algum. Eu não quero, não gosto e não aceito! A perfeição é algo que realmente desconheço, mas creio que deve ser uma coisa insuportável, insossa, sem graça e desinteressante. Tenho defeitos, tenho mil defeitos. Sou chata, implicante, impulsiva, mimada ao extremo e não tenho culpa, fui a filha caçula até os meus 16 anos. Sou ciumenta, briguenta, birrenta. Sou irritantemente curiosa. E sim, gosto das coisas do meu jeito. Pronto! Acabei com o rótulo de "perfeitinha". Agora respiro melhor!

Mas eu entendo. Num mundo onde o legal é beber até cair, é beijar todos na noite, é seguir o padrão de comportamento da galera e fazer coisas pra chocar a sociedade, eu realmente tenho juízo demais! Não bebo até cair, não pego todos na noite porque isso não me satisfaz. Eu não quero todos, eu quero aquele e o tenho. E desculpa, mas eu choco muito mais a sociedade sendo assim, do que fazendo coisas alucinantes. Porque convenhamos, quer coisa mais chocante que uma pessoa que vive a seu modo em pleno século onde o certo é viver como todos? Creio que não.

Voltando as mulheres com 2 s. É simplesmente uma brincadeira de facebook, mas achei uma ótima metáfora para ilustrar meu pensamento.
Somos loucas. Questionamos. Pensamos. Queremos. Brigamos. Lutamos. Falamos. Vamos atrás. Somos diferentes. Queremos sempre mais. Vemos poesia até num simples copo d'água. Fazemos filmes em nossas cabeças. Ganhamos o Oscar por eles. Escrevemos belas novelas apenas olhando a vida. E com um belo sorriso no rosto desvendamos a alma das pessoas. Deciframos pensamentos. Pensamos em demasia, mas não sentimos pouco como dizia Chaplin. Sentimos muito. Será esse nosso erro? Se for, continuaremos errando, porque achamos que sem sentimento não há sentido viver. Sentimento é a alma da vida.
Queremos. Não queremos. Mas desejamos e aí resolvemos que queremos de novo. Temos vontades. Amamos. Nos apaixonamos. Sentimos ciúmes estranhos. Queremos o “nosso”. Não gostamos muito do clichê, mas adoramos uma boa frase. Sonhamos. Acordamos e continuamos sonhando. Brincamos. Falamos besteiras. Somos sérias. Somos livres. Somos donas de mentes eternamente inquietas. Somos hiperativas. Somos persistentes. Somos autosuficientes. Enfrentamos nossos medos. Queremos tudo. O mais ou menos não nos interessa e migalhas nós jogamos no lixo. Vivemos em um eterno questionamento. Desde criança somos assim. Somos tantas em uma só que chega a apavorar. Damos defeito, mas nos consertamos. Choramos e rimos com uma facilidade que assusta . Somos seletivas. Somos exigentes. Não aceitamos qualquer assunto. Não somos bobas, mas às vezes fazemos bobagens.
 Buscamos. Somos fortes, mas não dispensamos um bom carinho. Mas tem que ser bom mesmo. Bom e sincero. Bom e encantador. Bom e instigante. Bom e arrepiante.

Queremos que as histórias saiam das telas e venham para as nossas vidas. Queremos um dia de Lois Lane, com um superman particular. Até sonhamos com o príncipe no cavalo, mas é bom que ele venha com mais atrativos. É bom que seja forte, que nos arrepie e que saiba o que fazer. Não temos muita paciência não. Já avisamos logo.
Somos um paradoxo, um lindo paradoxo e nosso coração adora uma instigante ambiguidade.
Somos loucas, muito loucas. Fascinantemente loucas!
Tem mulheres que não possuem nenhum s no nome. Mas já nasceram com dois s's na alma.
Essas somos nós, mulheres com dois s's!

E como diz Martha Medeiros "Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida".








2 comentários:

  1. Confesso que foi um dos textos mais legais que já li por aqui. Acho que é porque você tá em excesso nele, transbordando até.

    Clap, clap, clap, clap...

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  2. Eu amo esse texto, já havia lhe dito isso antes. É a sua essência pura que acaba atingindo muita gente que se identifica.

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