Hoje vou escrever de uma forma diferente. Não vou falar de política, ou de futebol, ou de nada disso. Vou falar das mudanças, acho que vou falar de mim.
Tenho ouvido muito a frase "você não era assim", o que tem me incomodado bastante. Acho engraçado quando as pessoas me falam isso. Ninguém é uma coisa só pro resto da vida. A gente muda o tempo todo, e se você não muda, desculpa, é porque tem alguma coisa errada.
Eu era aquele tipo de pessoa com opinião formada pra tudo, mas com o tempo tenho aprendido que opiniões formadas podem simplesmente se "desenformar" quando alguém nos mostra o quanto pode ser melhor se virmos as coisas de outro jeito.
Não estou dizendo que devemos ser metamorfoses ambulantes pra tudo, que não devemos mais pensar do nosso jeito. CLARO QUE NÃO. Não há nada mais lindo do que um pensamento único e seu. Mas certas coisas valem muito a pena serem revistas, alguns pré-conceitos, sabe?
Eu sempre disse "nunca vou me apaixonar. Não acredito no amor.", aí veio uma pessoa que me mostrou que amor existe sim, que se apaixonar é ótimo, que nos causa sensações indescritivelmente boas. Mudei de opinião. Quis me apaixonar. Quis entender o que é o amor. Quis... quis..... e aceitei. E tenho entendido, tenho aprendido. Mas gente, eu tenho 20 anos. Isso que eu penso sobre amor hoje, vai mudar daqui a alguns anos, é natural. Que coisa mais triste se eu com 20 anos estiver condenada a pensar sempre do mesmo jeito.
Muita gente tem dito que virei "mulherzinha", porque passei a gostar de rosa, usar maquiagem e me revelei ciumenta. Não virei "mulherzinha", virei mulher.
Continuo sendo a mesma Jéssica que discute futebol que nem um menino de rua, que perde a compostura quando falam do Fluminense, que rói unha, que sobe em árvore. Mas cresci. Passei a apreciar uma boa maquiagem e um bom perfume, entendi que um salto alto faz você se sentir diferente. E não vejo nada demais nisso.
Desculpe se vou decepcionar alguém. Peço desculpas a você que sempre me achou uma intelectual, que sempre achou que eu só escutava MPB.
Aquela menina nerd continua aqui. Continuo lendo Clarice Lispector e ouvindo Chico Buarque. Mas me permiti ouvir um sertanejo, um pagode, só por diversão mesmo. Também, me permiti comprar um livro de autoajuda meio fútil, me permito acessar o Ego todos os dias e me permiti ter inveja da Kate Middleton. E não me sinto menos inteligente ou menos culta por isso. Me sinto mais completa, mais humana, mais sincera comigo mesma.
Desculpa, gente. Eu não fico o dia inteiro assistindo a Tv Justiça ou vendo documentários do Discovery Channel. Eu adoro um Big Brother e uma boa novela. Filmes? Adoro um bom filme histórico, com conteúdo e lição de moral no final, mas nada me prende mais a atenção que uma comédia romântica água com açúcar, daquelas bem bobinhas mesmo. Chorei vendo Olga, mas chorei muito também vendo "Um Amor pra Recordar" (chorei nas 8 vezes que assisti) e me derreto pelo Shane West até hoje.
Realmente peço desculpas se decepcionei alguém. Mas essa sou eu. Um ser humano. Uma menina. Uma mulher.
Onde está escrito que se eu leio o caderno de economia não posso ver a revista da tv?! Onde está escrito que só porque gosto do Caetano não posso ouvir um Luan, as vezes?! Onde está escrito que quem gosta de maquiagem é fútil?! Onde está escrito que porque eu amo CSI, eu não posso ser viciada em Gossip Girl?!
E gente, se isso estiver escrito em algum lugar, eu simplesmente não ligo. Por que? Porque continuo sendo a mesma menina que detesta regras e que não aceita rótulos!
Eu não vou passar a minha vida toda gostando somente de verde, um bom roxo tem seu valor e fica lindo.
Desculpa, não vou passar a minha vida toda andando na mesma direção, porque continuo sendo aquela mesma menina que buscava inspiração em lugares nada convencionais. Continuo gostando do desconhecido, mas não rejeito mais o medo. Descobri que morro de medo de um monte de coisas.
Mas sabe aquela música do Mauricio Baia que diz "só quero dar uma volta do outro lado pra ver como é que tá"? Então, é isso!
Sabe aquela menina forte e independente? Continua aqui. Mas aqui também existe aquela menina que chora quando alguém grita com ela, que tem medo de se machucar. Aliás, morre de medo de se machucar! Tem mais medo disso que de lagartixa no banheiro.
Aquela menina cheia de confiança? Continua aqui. Mas aqui também nasceu uma menina sensível e um pouco insegura em algumas coisas.
Continuo não precisando de ninguém pra matar as baratas que aparecem na minha casa, ou pra trocar a lâmpada que queima de repente. Mas, preciso sim de alguém pra me fazer companhia as vezes. Me sinto sozinha como todo mundo se sente em algum momento.
Sabe aquela menina que não fala dos seus sentimentos? Essa acho que não existe mais. Ela pode voltar um dia, mas hoje não sei onde ela está. Aqui está uma menina que fala até demais.
A menina questionadora e briguenta ainda existe (ô se existe! com mais força do que nunca), mas também existe a que sabe ceder e ouvir. Mas, continuo ficando louca quando vejo alguém sendo feito de bobo, ou quando vejo alguém querendo me fazer de boba. Se forem vir com histórias mal contadas, melhor nem começar. Porque vão se assustar ao verem aquilo na qual eu me transformo.
Hoje não quero mais ser sempre exata, descobri que, as vezes, ser ambígua é bem mais interessante.
Descobri e hoje consigo assumir que não sou dona de verdade alguma, que me engano sobre muitas coisas e assumo que sou impulsiva, chata, implicante e que tenho uma TPM que deveria ser investigada pelo FBI, porque ela é realmente perigosa!
É como dizia Clarice: "E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."
Repito, eu tenho 20 anos, e se eu não puder mudar de opinião sobre as coisas até os 80... que graça tem?
Eu hein....
Ps: Amanhã volto a escrever sobre politica, economia, mundo, comportamento ou qualquer coisa assim... mas hoje o que tinha vontade de dizer era isso. Amanhã estou de volta =)
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Adorei demais o texto :)
ResponderExcluirFlou tudo e mais um pouquinho
Concordo com cada palavra
Vc tá mais do que certa
Como dizia minha mãe: "só não muda quem não pensa"
E eu tenho mt orgulho em mudar, em rever opiniões, em me reinventar e adoro ver o qnt vc mudou e mudará ao longo da sua vida.
Todas as mulheres deveriam ler o seu texto!
beijos
Parabéns!
ResponderExcluirTambém gostei do texto, botou o blog mais de acordo com sua Jéssica atual...
"...só quero dar uma volta do outro lado pra ver como é que tá..."
ResponderExcluirÉ toda aquela questão de estagiar em várias tribos de se divertir com as diferenças ao invés de se impedir com elas. É o que se leva da vida, quero eu, estar presente na sua vida aos 80 anos pra reunimos nossas histórias (que não são poucas) só pra colocar inveja nos preconceituosos de personalidade estática de hoje...
Amei o texto pois bem sei que evita falar de coisas pessoais mais faz bem! Tanto pra você quanto pra gente que se identifica.(adorei a formatação nova do blog, cores e tudo mais.. ficou mais leve..)
Adorei amor! principalente a minha parte! rs
ResponderExcluirTe amo e não desisto nunca! o/ <3