Mais uma vez Enem...



... Em 2009 eu comecei esse blog diante da minha indignação com o vazamento das provas do então "novo enem" e seu consequente adiamento. Na época eu era vestibulanda e sei o quanto isso me afetou e influenciou no planejamento de todo o ano. Mais do que o desânimo e a decepção, o adiamento me deu uma sensação de insegurança, eu simplesmente não confiava naquela tal prova que o governo estava nos empurrando. Pois bem, fiz o bendito Enem e passei para a UFRJ. Uma prova desacreditada, com um alto índice de abstenção, mas enfim.

Ano de 2010, novamente Enem como vestibular. E? E que deu errado de novo! Problemas com gabaritos, com questões mal formuladas. O desrespeito habitual ao estudante. Novo texto aqui no blog, mesmo assunto. ( http://jessicasilvano.blogspot.com/2010/11/enem-vergonha-mais-uma-vez.html )

Ano de 2011... ENEM FAZENDO VEXAME MAIS UMA VEZ! Possível vazamento de questões.
Mais uma vez os maiores prejudicados foram aqueles que nada tem a ver com a história, os alunos. Se o colégio agiu de má fé, os alunos não tem culpa. E mais, se o colégio teve acesso a tais questões, a culpa é sim do MEC.
A maior contradição de todas: MEC afirma que não houve vazamento, mas cancelou num primeiro momento as provas dos alunos.
Se não houve vazamento meu caro MEC, qual a justificativa para anular as provas?

O ministro da Educação Fernando Haddad, diga-se de passagem o mais omisso de todos os ministros, afirmou que as questões podem ter saído de uma "prova-teste" aplicada em 2010.
Se essas questões já foram expostas, elas não são mais inéditas (óbvio), logo, podem ser colocadas em qualquer lugar. Se o MEC não teve capacidade suficiente para elaborar questões diferentes ou para manter as questões em sigilo e pôs as mesmas na prova do ENEM, que culpa os alunos tem?

E outra, questões SE REPETEM! Não sei se o senhor MEC entende um pouco de vestibular, mas um fato básico é que questões podem aparecer várias vezes. UFRJ, UFF, UERJ, UFRRJ já tiveram as mesmas questões em anos consecutivos, ou questões parecidas. Isso não é nenhuma novidade. O vestibular é assim.

E aí a justiça resolveu anular as questões. Primeiro anulou as questões de todos, e agora decidiu que só irá anular as questões dos alunos do colégio Christus. O que numa prova tão competitiva, irá prejudicar muito os estudantes. Que repito, são os únicos que nada tem a ver com a história. 
Algumas pessoas usaram o seguinte argumento "Se os alunos do tal colegio tiveram acesso as questões isso é injusto com os demais estudantes". Sim, eu concordo! Mas a culpa foi deles? Você é aluno, o professor te passa uma apostila com questões, você as resolve e as mesmas aparecem na prova. A culpa é sua?
O problema aqui é que os alunos não tem poder político, não são ministros, não são grandes instituições, logo, ninguém olha por eles. Inocentes sendo os mais prejudicados. E o ministro lá, com sua eterna cara de pamonha, cara de "não sei de nada e nada farei". Até quando?

O fato é que o governo não tem capacidade para realizar uma prova dessa grandeza. O MEC não dá a devida importância ao Enem e tais erros vem se repetindo. É o terceiro ano do chamado "Novo Enem" e pela terceira vez, erros decisivos ocorrem.

O estudante brasileiro não pode mais ser feito de cobaia e ter seu futuro tratado com tamanha irresponsabilidade!

Lamento que faculdades da grandeza da UFRJ e da Rural, por exemplo, tenham colocado o destino de seus futuros estudantes nas mãos dos "irresponsáveis pelo enem".

Senhor Ministro, Fernando Haddad, já está mais do que na hora de o senhor tomar uma atitude. Do jeito que tem sido não dá para continuar. O estudante brasileiro não merece isso!

Nossa educação, infelizmente, encontra-se em péssimas mãos!



Aos interessados: Texto de estreia do blog, primeiro texto sobre o Enem http://jessicasilvano.blogspot.com/2010/01/o-pais-do-swing-e-o-pais-da-contradicao.html (desconsiderem a data! Com a mudança de endereço do blog, foi necessário republicar certos textos, por isso a data errada. O texto foi postado em outubro de 2009, na semana do adiamento do Enem)




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